Como Implementar a Segregação de Funções Usando Estas 5 Ações Estratégicas – Sem Aumentar os Custos Fixos

A segregação de funções é uma das pedras angulares dos controles internos em qualquer instituição. Contudo, implementar essa prática em estruturas enxutas pode parecer impossível. Afinal, como evitar conflitos de interesse quando a mesma pessoa executa e revisa o mesmo processo?

Neste artigo, mostro como conseguir aplicar a segregação de funções em uma gestora de recursos com equipe reduzida, sem aumentar os custos fixos. Use 5 movimentos estratégicos simples, porém eficazes — que qualquer profissional de compliance, controles internos ou risco operacional pode replicar.

1. Criação de uma Matriz de Riscos e Controles com Enfoque em SOD

Primeiramente, mapeie os principais riscos operacionais por macroprocesso e identifique os pontos críticos de concentração de atividades.

  • Desenhe a matriz considerando as responsabilidades atribuídas por área
  • Cruze com os controles existentes, destacando onde a segregação era inexistente ou frágil
  • Priorize os riscos com maior impacto e probabilidade

Resultado: uma visão clara e documentada dos riscos de conflito, fundamental para justificar medidas compensatórias.

2. Implementação da Matriz RACI como Ferramenta de Governança

Para deixar as responsabilidades visíveis e auditáveis, crie uma matriz RACI (Responsible, Accountable, Consulted, Informed).

Mesmo com poucos colaboradores, definir quem é o responsável direto (R) e quem aprova ou revisa (A) ajudoa a organizar as decisões operacionais. A matriz também facilita a comunicação com as áreas de auditoria e compliance.

3. Automação com Ferramentas Low-Code e Planilhas Controladas

A fim de mitigar a concentração de tarefas, crie rotinas automatizadas via Excel VBA, Power Automate e planilhas com registros de alterações (logs e trilha de auditoria).

Além disso, defina campos de validação para evitar inserção duplicada de dados ou alterações não rastreadas.

Exemplo: em um processo de reconciliação bancária, a planilha já traz o extrato e impede edições manuais, exigindo justificativa documentada para qualquer ajuste.

4. Criação de Checklists de Execução e Revisão Independente

Ainda que uma única pessoa execute e revise, os checklists estruturados com campos obrigatórios e trilha de auditoria ajudam a criar evidência de controle. Essa medida é especialmente útil em processos de pagamento e conciliação de ativos.

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5. Validação Formal com Auditoria Externa

Finalmente, submeta os controles desenhados à revisão da auditoria externa. Isso valida a abordagem adotada e garante mais conforto aos cotistas e ao administrador fiduciário.

Ademais, a validação por terceiros reforça a documentação de que os controles compensatórios são eficazes mesmo sem equipe ampliada.

O Que a CVM Espera em Termos de Segregação de Funções

De acordo com a autarquia, a segregação entre as funções de gestão, administração e controle é obrigatória. Todavia, a norma reconhece a possibilidade de estruturas enxutas com uso de controles compensatórios devidamente documentados.

Isso significa que o seu fundo ou gestora pode estar em conformidade mesmo com poucos profissionais, desde que haja:

  • Riscos identificados
  • Controles eficazes implementados
  • Procedimentos validados por terceiros ou órgão de compliance

Evite os 3 Erros Mais Comuns ao Implementar SOD em Estruturas Enxutas

  1. Delegar sem revisar – O responsável direto acumula funções sem contrapeso
  2. Não documentar o controle compensatório – O que não está escrito, não existe
  3. Automatizar sem trilha de auditoria – Controles invisíveis são ineficazes

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Conclusão

Como vimos, a segregação de funções pode ser alcançada mesmo em ambientes enxutos, desde que se adote uma abordagem baseada em risco, com uso inteligente de tecnologia e documentação robusta.

Com essas 5 ações estratégicas, é possível manter a conformidade regulatória, reduzir riscos operacionais e demonstrar governança — tudo isso sem contratar mais gente.

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