Introdução
A Importância da segurança cibernética no mundo atual
Em um mundo cada vez mais conectado, a segurança cibernética passou a ser uma necessidade básica para empresas e órgãos públicos. As ameaças digitais, que vão desde ataques de ransomware a roubos de dados, se tornaram mais sofisticadas e frequentes, colocando em risco tanto empresas quanto indivíduos. A crescente dependência da tecnologia em todos os setores da sociedade torna a proteção de sistemas e informações uma prioridade absoluta.
O Conceito de estrutura de segurança cibernética
Uma estrutura de segurança cibernética é um conjunto estruturado de políticas, procedimentos e controles que servem como guia para implementar e gerenciar um programa de segurança eficaz. Essas metodologias fornecem uma base sólida para identificar, avaliar e mitigar riscos cibernéticos.
Benefícios de uma estrutura de segurança cibernética
Os principais benefícios de uma metodologia incluem:
- Estrutura: Define uma estrutura clara e consistente para o programa de segurança.
- Padronização: Estabelece padrões e melhores práticas para a indústria.
- Gerenciamento de riscos: Auxilia na identificação, avaliação e tratamento de riscos.
- Conformidade: Facilita o cumprimento de requisitos regulatórios e legais.
- Comunicação: Melhora a comunicação entre diferentes áreas da organização sobre questões de segurança
Objetivo deste artigo
O objetivo principal deste artigo é fornecer uma visão abrangente sobre estruturas de segurança cibernética. Serão abordados as principais metodologias disponíveis no mercado, suas características e benefícios, além de discutir as melhores práticas para sua implementação. Ao final, o leitor terá uma compreensão sólida dos conceitos fundamentais e estará apto a tomar decisões mais informadas sobre qual metodologia escolher.
Nas próximas seções, exploraremos em detalhes as principais estruturas de segurança cibernética, como o NIST Cybersecurity Framework, ISO 27001 e CIS Controls.
Conceitos fundamentais para este artigo
Risco cibernético
O risco cibernético representa a probabilidade de que um evento de segurança cause um impacto negativo em um sistema, rede ou organização. É a combinação da vulnerabilidade de um sistema (fraqueza que pode ser explorada) com a ameaça (ação que pode explorar essa fraqueza) e o valor do ativo que está sendo protegido.
Exemplo: Um computador com um software desatualizado (vulnerabilidade) conectado à internet (exposição) pode ser alvo de um ataque de ransomware (ameaça), resultando na perda de dados e interrupção dos negócios.
Relação com a segurança cibernética: A segurança cibernética busca identificar, avaliar e mitigar os riscos cibernéticos. Ao entender os riscos, as organizações podem tomar medidas para protegê-los, como implementar controles de segurança, realizar testes de penetração e treinar os funcionários.
Exemplos de riscos cibernéticos
- Ataques de ransomware: Captam os dados da vítima e exigem um pagamento para restaurá-los.
- Phishing: Engana os usuários para que revelem informações confidenciais.
- Ataques de negação de serviço (DDoS): Inundam um sistema com tráfego para torná-lo indisponível.
- Malware: Software malicioso projetado para causar danos aos sistemas.
- Engenharia social: Manipula as pessoas para que divulguem informações confidenciais ou executem ações que comprometam a segurança.
Governança de segurança e gerenciamento de riscos
A governança de segurança é o conjunto de processos, políticas e estruturas que garantem que a segurança da informação seja gerenciada de forma eficaz e alinhada com os objetivos estratégicos da organização. Ela envolve a definição de responsabilidades, a alocação de recursos e o monitoramento do desempenho dos controles de segurança.
Gerenciamento de riscos: Envolve a identificação, avaliação, tratamento e monitoramento dos riscos. Ao gerenciar os riscos de forma proativa, as organizações podem reduzir a probabilidade e o impacto de incidentes de segurança.
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Ciclo de vida da segurança cibernética
O ciclo de vida da segurança é um modelo que descreve as fases envolvidas na gestão contínua da segurança da informação. Ele proporciona uma estrutura para identificar, proteger, detectar, responder e recuperar de incidentes de segurança.
As fases típicas são:
- Identificar:
- Inventário de ativos: mapear todos os sistemas, redes, dados e outros ativos de valor.
- Avaliação de riscos: Avaliar os riscos associados a cada ativo.
- Requisitos legais e regulatórios: Listar os requisitos legais e regulatórios aplicáveis.
- Proteger:
- Implementação de controles: Implementar controles internos para mitigar os riscos identificados.
- Aculturamento e treinamento: Treinar todas as partes relacionadas sobre as melhores práticas de segurança.
- Gerenciamento de acesso: Controlar o acesso aos sistemas e dados.
- Detectar:
- Monitoramento contínuo: Monitorar os sistemas e redes em busca de atividades suspeitas.
- Sistemas de detecção de intrusão: Implementar sistemas para detectar intrusões e ataques.
- Responder:
- Plano de resposta a incidentes: Ter um plano detalhado para responder a incidentes de segurança.
- Comunicação: Comunicar o incidente às partes interessadas.
- Contenção: Conter o incidente e evitar sua propagação.
- Recuperar:
- Restauração: Restaurar os sistemas e dados afetados.
- Análise: Analisar o incidente para identificar as causas e as lições aprendidas.
- Melhoria: Implementar melhorias para prevenir futuros incidentes.
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Visão geral das estruturas de segurança cibernética
Principais metodologias
O mercado oferece uma variedade de estruturas de segurança cibernética, cada uma com suas características e focos específicos. Algumas das mais utilizadas são:
- NIST Cybersecurity Framework (CSF): Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos, o NIST CSF oferece uma abordagem flexível para gerenciar o risco cibernético. Ele se concentra em cinco funções principais: identificar, proteger, detectar, responder e recuperar.
- ISO/IEC 27001: Uma norma internacionalmente reconhecida que estabelece os requisitos para um Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI). A ISO 27001 fornece um conjunto abrangente de controles de segurança que podem ser adaptados a qualquer organização.
- CIS Controls: Desenvolvido pelo Center for Internet Security, os CIS Controls são um conjunto de práticas recomendadas de segurança cibernética que ajudam a evitar os ataques mais comuns. Eles oferecem um caminho claro para que as organizações implementem medidas de segurança eficazes.
- COBIT (Control Objectives for Information and Related Technologies): Uma metodologia abrangente que auxilia as organizações a garantir que a informação seja um ativo de controle e que os sistemas de informação sejam usados de forma eficiente e eficaz para alcançar os objetivos de negócios.
Comparativo entre estruturas
Framework | Foco | Características |
NIST CSF | Gestão de riscos | Flexível, adaptável a diferentes setores e tamanhos de organizações. |
ISO 27001 | Sistema de gestão | Abrangente, detalhado e certificável. |
CIS Controls | Práticas recomendadas | Conciso, focado em ações defensivas. |
COBIT | Governança de TI | Aborda a gestão de TI de forma holística, incluindo segurança. |
Todas estas estruturas visam a melhoria da segurança cibernética através de uma abordagem baseada em riscos e seguindo o método de ciclo de vida parecidos com o que propomos.
Em relação às diferenças, alguns são mais detalhados e eles têm focos diferentes.
Como efetuar a escolha da metodologia ideal
A escolha da estrutura ideal depende de diversos fatores, incluindo:
- Tamanho e mercado de atuação: Empresas de diferentes tamanhos e setores terão necessidades de segurança distintas.
- Requisitos regulatórios: Algumas indústrias têm requisitos regulatórios específicos que podem influenciar a escolha.
- Recursos disponíveis: A disponibilidade de recursos, como orçamento e pessoal qualificado, também é um fator importante.
- Objetivos de segurança: Os objetivos de segurança da organização devem ser considerados ao escolher uma metodologia.
- Cultura da organização: A cultura da organização e a maturidade em segurança da informação podem influenciar a escolha.
Conclusão
Como vimos, ficou clara a importância das estruturas de segurança cibernética como ferramentas de gestão de risco das instituições. Vimos que a adoção de uma metodologia consistente fornece uma estrutura sólida para identificar, avaliar e mitigar riscos, além de promover a conformidade com regulamentações e melhores práticas.
Destacamos as principais disponíveis no mercado, como o NIST Cybersecurity Framework, ISO 27001 e CIS Controls, e comparamos suas características e áreas de foco. A escolha ideal depende de diversos fatores, incluindo o tamanho da organização, setor de atuação e objetivos de segurança.
Fontes e sugestões de leitura
- ANBIMA, Guia de Cibersegurança, 2021. Disponível em: https://www.anbima.com.br/data/files/34/B3/04/8F/D96F971013C70F976B2BA2A8/Guia%20de%20Ciberseguranca%20ANBIMA.pdf
- Banco Central do Brasil, Resolução nº4893 de 26 de fevereiro de 2021. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/exibenormativo?tipo=Resolu%C3%A7%C3%A3o%20CMN&numero=4893
- DIO, Os 5 Principais Frameworks de Cibersegurança para Proteger Ambientes Digitais, 12/2023. Disponível em: https://www.dio.me/articles/os-5-principais-frameworks-de-ciberseguranca-para-proteger-ambientes-digitais
- NIST, Introdução ao Framework de Segurança Cibernética do NIST, 08/2021, Disponível em: https://tsapps.nist.gov/publication/get_pdf.cfm?pub_id=934489
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